sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Projeto e Tecnologia
Quando a tecnologia, mais especificamente o computador, começou a chegar nas escolas públicas, um pouco antes dos anos 90, já havia metodologias de uso baseadas em princípios construcionistas que nortearam o trabalho por projeto nos laboratórios de informática das escolas.
No trabalho por projeto com tecnologia, a professora Léa Fagundes foi criadora de uma proposta metodológica de projetos desenvolvidos com estudantes, usando os recursos computacionais. Essa proposta deu origem ao Projeto Amora no Colégio de Aplicação da UFRGS, o qual se iniciou em 1996, juntamente com uma equipe de educadores e pesquisadores da universidade que atuam até os dias atuais.
Projeto Amora desenvolve-se em uma estrutura diferenciada da escola pública regular, tanto na organização tempo/espaço escolar como no papel do professor, o que favorece a concretização dos princípios construtivistas, aliados às ideias de Papert, envolvendo o uso do computador e se constituindo como referência para outras experiências.
Projeto Amora estruturou uma metodologia pedagógica em que o trabalho com projeto deve sempre partir de uma pergunta do estudante, com o professor fazendo suas intervenções no sentido de levantar as dúvidas temporárias e certezas provisórias dos estudantes, instigando neles a atitude de pesquisador e produtor do seu próprio conhecimento. Essa metodologia de projeto foi denominada de Projeto de Aprendizagem.
”Os projetos de aprendizagem são iniciados pelas certezas provisórias e dúvidas temporárias dos aprendizes, vinculando aos seus saberes prévios. Estas certezas correspondem o que naquele determinado momento da aprendizagem os estudantes tomam como verdade sobre um assunto. As dúvidas são o que eles gostariam de aprender a mais sobre o assunto. Nada impede, e provavelmente irá ocorrer, que no percurso dos projetos muitas dúvidas tornam-se certezas e certezas transformam-se em dúvidas; ou, ainda, geram outras dúvidas e certezas que, por sua vez, também são temporárias, provisórias”. (FAGUNDES, 1999, p. 17).
”Após a definição do tema/problema, certezas provisórias e dúvidas temporárias, parte-se para o desenvolvimento do projeto de aprendizagem através de pesquisas, busca de informações. Não é objetivo de um projeto de aprendizagem fazer com que o aluno apenas copie informações, o que não modificaria o enfoque transmissivo praticado em sala de aula. Segundo Fagundes, buscar a informação em si, não basta. É apenas parte do processo para desenvolver um aspecto dos talentos necessários ao cidadão. Os alunos precisam estabelecer relações entre as informações e gerar conhecimento”. (FAGUNDES, 1999, p. 23)
Trecho extraído do artigo “Metodologia de apoio ao processo de aprendizagem via autoria de objetos de aprendizagem por alunos”, de Juliano Tonezer da Silva, Léa da Cruz Fagundes e Marcus Vinicius de Azevedo Basso.
Acessado em 15/08/2014
http://e-proinfo.mec.gov.br/eproinfo/storage/modulos/384/43394/elaboracao_de_projetos__guia_do_cursista/Elaboracao_de_Projetos_cursista03/cursista03.html

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